28 de abr. de 2009

O Amor de Sua Vida (Roberto Freire)














Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades
que ela tem, caso contrário os honestos,
simpáticos e não-fumantes teriam uma fila
de pretendentes batendo à porta.
O amor não é chegado a fazer contas,
não obedece à razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia,
por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada,
veste-se bem e é fã do Caetano.
Isso são só referênciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério,
pela paz que o outro lhe dá,
ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira
que os olhos piscam, pela fragilidade
que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante.
Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu,
você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho,
você gosta de praia e ela tem alergia a sol,
você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo,
nem no ódio vocês combinam. Então?

Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa
imobilizado, o beijo dela é mais viciante
do que LSD, você adora brigar com ela
e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você é bonita. Seu cabelo nasceu para
ser sacudido num comercial de xampu
e seu corpo tem todas as curvas no lugar.
Independente, emprego fixo, bom saldo no banco.
Gosta de viajar, de música,
tem loucura por computador
e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor,
não pega no pé de ninguém e adora sexo.
Com um currículo desse, criatura,
por que diabo está sem um amor?

Ah!!!...o amor, essa raposa.
Quem dera o amor não fosse um sentimento,
mas uma equação matemática:
eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio
nem consulta ao SPC.
Ama-se justamente
pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares,
generosos tem às pencas,
bons motoristas e bons pais de família,
tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito
que o AMOR DE SUA VIDA é!


*** este testo é uma contribuição do meu cunha que me apresentou ao utilizá-lo como merecida declaração de amor para minha maninha.

18 de abr. de 2009

O PODER DE AMAR












Parte do Texto de E. M. Luz:
"Não faz muito, eu estava falando com uma mulher que tinha estado casada com um mesmo homem por quase quarenta anos. Era um marido diligente e fiel; no entanto, era um dos sujeitos mais persistententemente mal-humorados que já conheci, e eu me perguntava como sua mulher, que deveria ter aguentado o impacto de sua rabugice tantas vezes, o tinha suportado por tanto tempo.
Ela explicou: Quando a gente casa, não casa só por causa do lado bom. Uma pessoa é uma tonelada de coisas, algumas boas e outras não tão boas assim. Não podemos ter só o que é bom. Não dá para jogar fora o que é ruim, como a gente faz com uma maçã podre. Dei a mão à palmatória. Aquela mulher me ensinou uma lição válida. Lição, que percebo agora, constitui um princípio básico de todos os relacionamentos amorosos ativos: quem ama ativamente, aceita sem condições os defeitos, assim como as virtudes da pessoa amada. Nem ele, nem ela, adoram um ideal imaginário nem lamentam as expectativas goradas, porque a meta é o amor - não a perfeição. Da mesma forma que Cole Porter, o amante ativo pode dizer, com júbilo:"Com todos os teus defeitos, eu ainda te amo" . Ser capaz de amar incondicionalmente libera quem ama da servidão a coisas externas, de uma busca inevitavelmente sem esperanças por alguém que preencha os requisitos. A velha mulher que fez profissão de amor por seu esposo, estava livre de constrições. Seu amor ativo e criador era de uma qualidade tal que nenhuma falta poderia negar. Ela estava livre do fardo de exigir a perfeição
!" ( trecho do livro O PODER DE AMAR de Ari Kiev)

Confesso que ainda não li (prometo ler); tirei esse trecho do blogger de um novo amigo virtual (http://januzelli.blogspot.com). Mas ele me fez lembra do quanto buscamos perfeitos contos de fadas, príncipes encantados e princesas desprotegidas. Só que as pessoas reais são feitas de mais do que isso, às vezes somos sapos ou gatas borralheiras, para depois sermos transformados. Ninguém é de todo ruim que não tenha o bem dentro de si e, ninguém é de todo bom que não conheça o mal. Já dizia Shakespeare "E você aprende que amar não significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança." (...) "E aceita que, não importam quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo (a) de vez em quando, e você precisa perdoa-la por isso"

3 de abr. de 2009

Orgulho


O orgulho talvez seja o maior de meus defeitos e supera-lo o maior de meus desafios. Por conta dele muitas vezes deixei de dizer o que sentia, “vomitei” farpas, magoei e trilhei pelos caminhos mais difíceis.
Quero ouvir tua voz, dizer que muito do que disse eram só despeito de uma pessoa magoada, machucada e quem sabe ouvir o mesmo de ti. Mas falta-me coragem para superar meu orgulho, para o primeiro gesto.
Ouço de todos os lados: liga! Antes até conseguia ignorar essa mensagem e acreditava que estava livre, mas essa mensagem foi reforçada com o exemplo de duas pessoas que como nós, por orgulho, medo e/ou mágoa silenciaram a amizade na esperança de que um dia as coisas se ajeitariam, até que num fatídico momento o silêncio se fez permanente e só o sofrimento se fez presente a quem ficou. Defendo-me dizendo que deixei as portas abertas, que não fui eu quem decidiu pelo silêncio. Será? Por que então este aperto no peito? Essa angústia na alma?
E será que vale a pena esse esforço? E se eu sair ainda mais machucada, com o orgulho ainda mais ferido? Ou ficaria aliviada fosse como fosse? E se não o fizer, futuramente terei de pagar o preço? Tudo tem seu preço, difícil é calcular antes de chegar a hora do pagamento.

2 de abr. de 2009

Vida Efêmera


Ao nascermos ganhamos o mais maravilhoso dos presentes, a vida! Um tempo indeterminado neste mundo para aprendermos, compartilharmos e sermos felizes. Não importa quantas vidas tivemos ou venhamos a ter, o que importa é esta vida, este momento e sua efemeridade.
Não devemos adiar a felicidade, o perdão, a paz e a palavra de carinho porque o depois pode não chegar. A busca pelo momento perfeito pode resultar na perda da perfeição do momento e deixar o gosto amargo do arrependimento do que poderia ou deveria ter sido feito ou dito.
De que adiantam as lágrimas da despedida na morte se não valorizamos a vida? É necessário que demonstremos nosso carinho e admiração aos vivos, que valorizemos seu tempo conosco e não nos permitamos partir com palavras mal-ditas, com mágoas, mal-entendidos porque é melhor partir sem amarras, sem dívidas e é melhor permanecer sem arrependimentos no momento da despedida.
Que no momento de partir ou deixar ir eu esteja de alma limpa!